
Comissão realiza primeira reunião e discute implantação do Centro de Memória
Grupo é formado por servidores que já desenvolvem ações de valorização da memória institucional
A comissão para criação do Centro de Memória da UFG reuniu-se para discutir projetos e a forma de atuação da iniciativa, que tem a proposta de planejar e executar ações de resgate da memória da UFG, como documentação, pesquisa, exposição, entrevistas, publicações, documentários e outros. O encontro ocorreu no dia 17 de outubro, no Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia, em Goiânia.
A comissão do Centro de Memória é formada por 13 servidores que já desenvolvem ações sobre o tema. O presidente da Comissão, Pablo Lisboa, explicou que o objetivo é que o Centro funcione como um escritório permanente de articulação das atividades de memória, com a filosofia de agregar cada vez mais pessoas, propor projetos e buscar viabilizá-los.
O encontro teve a presença do vice-reitor Jesiel Carvalho, que enfatizou a importância da ação: “Nós temos a responsabilidade de reconstruir e preservar para entendermos que chegamos aqui por uma jornada de muitas pessoas importantes”. Ele ainda agradeceu a comissão e garantiu o apoio da Reitoria.
Fazem parte da comissão: Helen Sandra de Paiva Dias Carneiro (Faculdade de Odontologia); Gilson Pedro Borges (Escola de Agronomia); Rosangela Barbosa Silva, Maria Teresinha Campos de Santana e Paulo Eduardo de Oliveira Neto (Centro de Informação, Documentação e Arquivo); Glorismar Calaça Menezes (Faculdade de Direito); Mariana Faleiro Gonçalves (Instituto de Informática); Renato Candido da Silva (Pró-Reitoria de Extensão e Cultura); Murilo Ferraz Franco (Reitoria Digital); Cecilio Rocha Ferreira Da Silva (Secretaria de Infraestrutura); Heitor Pagliaro (Câmpus Goiás) e Diórgenes dos Santos (Faculdade de Ciências e Tecnologia).

Contribuições
De acordo com Pablo Lisboa, a preservação da memória institucional é fundamental para a continuidade e valorização da história da UFG, sendo essencial registrar as contribuições, pensamentos e visões daqueles que já passaram por aqui. Murilo Ferraz Franco, da Reitoria Digital (RD), falou sobre a importância da criação do Centro de Memória para quem já saiu da Universidade mas, sobretudo, para os que estão presentes hoje: “Quando as pessoas que ajudaram a construir a história da UFG vão saindo sem nenhum registro, os relatos, tão ricos, vão embora com elas. As pessoas vão se aposentando e a gente não registra tudo o que elas já fizeram para a UFG, como elas contribuíram, como era a Universidade na época delas e o que elas queriam para a UFG”, disse.
Pablo destaca que o Centro de Memória surge a partir da necessidade de ter dentro da UFG um local que não apenas armazene sua história, mas que realize o resgate da memória da Instituição e a promova. Renato Candido da Silva, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, enxerga a iniciativa como um ponto decisivo para a promoção da memória institucional da Universidade: “É um marco para a UFG, mas também é uma reflexão sobre a importância da Universidade dentro do nosso estado, dentro do nosso país. São mais de 100 mil egressos que passaram aqui. Então, acredito que esse Centro de Memória será atuante e, com certeza, se tornará um grande patrimônio para a nossa UFG”, disse, empolgado.
Diórgenes dos Santos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), afirmou que a preservação da memória agrega também valor à própria Instituição, sobretudo para que outras pessoas conheçam o câmpus e se interessem pela Universidade. “A FCT quer participar da iniciativa comunicando o trabalho que é feito dentro da Unidade para a comunidade externa a ela como um todo. Como nós definimos nossas estratégias e como nós criamos nosso valor são questões que precisam ser evidenciadas”, ressaltou.

deram sugestões para o Centro de Memória
Integração
O Centro de Memória pretende atuar em conjunto com o Centro de Informação, Documentação e Arquivo (Cidarq), órgão responsável pelo planejamento e desenvolvimento da gestão técnica da informação e de documentos de valor administrativo, acadêmico ou histórico no âmbito da UFG, e com a Casa da Memória. A Casa da Memória já funcionou como Palácio Provisório do Governo do Estado de Goiás; como sede da Faculdade de Direito - iniciando ali a história da UFG, com o então diretor Colemar Natal e Silva, que se tornou o primeiro reitor da Universidade; como Conservatório de Música da UFG e como espaço para funcionamento do Poder Judiciário.
A equipe do Cidarq, representada pelo diretor Paulo Eduardo de Oliveira Neto e pelas coordenadoras de Documentação Permanente e de Memória Institucional, Rosângela Barbosa Silva e Maria Teresinha Campos de Santana, explicou que nos últimos anos, eles têm implementado ações para a organização, preservação, conservação e disponibilização do Patrimônio Documental da Universidade, missão dada pelo então reitor da UFG, Ary Monteiro do Espírito Santo (1994-1998).
“Ele nos deu a missão de participar de uma comissão que fizesse um diagnóstico dos arquivos da Universidade, já visando à questão da memória institucional. Não era só essa questão de organização da documentação, mas com a finalidade de criação da memória mesmo”, disse Maria Teresinha. Ela conta que antigamente, o arquivo funcionava no prédio do Instituto de Ciências Biológicas - IV, mas era um espaço pequeno, então o trabalho acabava ficando limitado pelo tamanho do local, que possuía somente 90 metros quadrados. “A partir dessa necessidade de termos um local com mais dignidade para trabalho, resultou na edificação de um prédio específico para isso, para que a gente pudesse classificar o material que tínhamos e catalogá-lo. Nós fizemos inúmeras visitas técnicas pelo Brasil para nos inspirar a criar o espaço que temos hoje. Além do espaço físico, foi pensada também uma estrutura metodológica, como essa documentação poderia ser tratada e trabalhada a partir da produção, documentação e conservação”, explicou.
Maria Teresinha lembra ainda que no seu ingresso na UFG, ela ocupou cargo na equipe do que se chamava Centro de Referência da Memória da UFG. Ela também lembrou referências históricas como o Centro de Estudos Regionais, criado pelo professor Sérgio Paulo Moreira, vice-reitor da gestão de Ricardo Bufaiçal. Segundo ela, essa estrutura é remanescente do Centro de Estudos Brasileiros, criado nos anos 1960, e extinto após o Golpe Militar. “Naquela época, houve essa tentativa de criar o Centro de Estudos Regionais e uma das propostas era justamente criar a memória da Universidade, pois em 1994 ela estava completamente sem registros da sua memória”, contou.
Rosângela Barbosa também relatou sobre as dificuldades enfrentadas nos últimos 30 anos em relação à memória e expressou seu entusiasmo com o reforço do Centro de Memória. "Quando observamos um projeto que une diversas equipes e metodologias, percebemos o quanto essa colaboração exige esforço adicional. Isso é extremamente importante. Estamos aqui há três décadas e conhecemos bem as dificuldades que enfrentamos, especialmente no que diz respeito à preservação da memória”, disse.
Em relação a uma metodologia eficaz para a preservação e publicização da memória, o diretor do Cidarq, Paulo Eduardo de Oliveira Neto, disse sobre a necessidade de um método que “funcione do início ao fim da produção do documento". “Quando você abre um processo, há diferentes etapas, como o processo de remoção, o de compra e o de aquisição. Se você consolidar tudo em um único processo para simplificar a documentação, acabará dificultando a gestão, pois as informações estarão desorganizadas”, disse.

Centro de Memória
O presidente da comissão para a criação do Centro de Memória, Pablo Lisboa, agradeceu os participantes pelas contribuições, disponibilidade, relatos de experiências e, acima de tudo, pelo profundo engajamento que cada um demonstrou, inclusive com a permanência até às 14 horas. “Isso revela que o tema da memória sensibiliza a comunidade universitária e é urgente, às vésperas dos 64 anos da UFG”.
A comissão segue os trabalhos com uma reunião nesta quinta-feira (31/10), às 9 horas, na sala de vídeo da Faculdade de Direito. No encontro, será retomada a pauta do espaço para o funcionamento do Centro, a definição de projetos estratégicos e expográficos que cada membro da comissão apresentará e a discussão do regimento interno.

Fonte: Reitoria Digital UFG
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